Cultura antirracista, educação midiática, inteligência artificial e proteção à infância são alguns dos temas abordados nas oficinas do Festival LED, no Museu de Arte do Rio

O Festival LED – Luz na Educação chega à sua 4ª edição no Rio de Janeiro e ocupará, nos dias 13 e 14 de junho, dois importantes espaços da cidade: o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR). Com entrada gratuita, as inscrições podem ser feitas aqui. Além dos painéis de debate, o evento oferece diversas oficinas que aprofundam reflexões sobre os principais temas da educação na atualidade. 

Ao todo, serão 12 oficinas - com curadoria da Fundação Roberto Marinho - distribuídas ao longo das tardes dos dois dias de festival. Elas acontecem nas salas do MAR. Para participar, é necessário estar inscrito no evento, realizar o credenciamento no dia e chegar com antecedência ao local para garantir a vaga. 

As oficinas abordarão diversos assuntos, como os desafios socioemocionais e ambientais nas escolas, segurança digital de crianças e adolescentes, uso de ferramentas tecnológicas na educação, educação midiática, cultura antirracista e muito mais. 

“A proposta da ocupação no Museu de Arte do Rio é aprofundar os macrotemas do festival, oferecendo tempo e espaço para trocas significativas. Buscamos atender a um público interessado em refletir e experimentar práticas. As oficinas visam fornecer recursos complementares para educadores e comunidades escolares enfrentarem os desafios do presente”, explica Luiza Goulart, líder de projetos da Fundação Roberto Marinho e curadora da programação. 

Segundo Luiza, as atividades têm caráter prático e dialogam com temas fundamentais. “As pessoas que participarem terão acesso a reflexões aplicadas a contextos reais. Um bom exemplo são as duas oficinas em parceria com o programa A Cor da Cultura, que ampliam o repertório sobre saberes étnico-raciais e oferecem ferramentas para implementar as Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08 em sala de aula. Há sempre muito espaço para aprofundamento e diálogo”, destaca. 

O programa A Cor da Cultura, mencionado por Luiza, é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho voltada ao reconhecimento e valorização das culturas negra e indígena. O projeto foi criado a partir das leis citadas acima, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos escolares e na formação docente, tanto na rede pública quanto privada. 

As oficinas são especialmente voltadas para quem vive a educação no cotidiano: professores, educadores, gestores escolares, estudantes e demais integrantes da comunidade escolar. Luiza ressalta que os participantes recebem certificados de formação com carga horária de duas horas. 

Enquanto as oficinas acontecem, a programação no palco LED Dialoga — também no MAR — segue normalmente, assim como as atividades previstas para o Museu do Amanhã. A programação completa está disponível aqui. 

Diante de tantas opções, Luiza sugere que o público planeje sua agenda com antecedência. “É interessante combinar os interesses, articulando as reflexões dos debates no LED Dialoga com as oficinas mais práticas do LED CRIA”, aconselha. “Recomendo chegar com pelo menos 30 minutos de antecedência aos pilotis do MAR, onde é feito o credenciamento específico para cada oficina”. 

Realizado pela Globo e pela Fundação Roberto Marinho, em parceria com a Editora Globo e com patrocínio da Fundação Bradesco, o Festival LED – Luz na Educação promove experiências, trocas e diálogos que iluminam práticas educativas. O evento integra o Movimento LED – Luz na Educação, iniciativa que identifica, valoriza e divulga ações transformadoras na área educacional. 

Confira a programação de oficinas 

Sexta-feira, 13 de junho (MAR)

• "Minha quebrada, meu projeto" - 13h30 às 15h30 (sala 1) 

Parceria: Sebrae 

Por: Ingrid Pereira, estudante e facilitadora de espaços seguros de aprendizagem, e Leonardo Amorim, designer educacional 

Como estimular estudantes a transformarem os desafios do seu território em projetos de impacto? Por meio de dinâmicas de mapeamento coletivo, levantamento de causas e desenho inicial de soluções, os participantes iniciam um processo de criação de projetos com propósito. A oficina utiliza ferramentas da metodologia Escalada e convida os jovens a continuarem sua jornada no ambiente digital do projeto, além de apresentar caminhos para participação em ações como o Desafio Liga Jovem.     

• Aprender a conviver: a importância de prevenir conflitos, enfrentar os desafios socioemocionais e ambientais nos contextos educativos - 13h45 às 15h45 (sala 2) 

Parceria: Canal Futura/Fundação Roberto Marinho     

Por: Priscila Pereira, líder de projetos na Fundação Roberto Marinho, e Dzoodzo Baniwa, professor, pesquisador e liderança indígena  

Esta oficina convida a reflexão sobre os desafios da convivência no mundo contemporâneo, abordando as relações entre grupos identitários, os desafios socioemocionais e com a natureza. A partir do conteúdo da Maleta Conviver e inspirada na filosofia do Bem Viver praticada pelos povos originários, a proposta é fomentar uma educação que valorize o cuidado, o respeito à diversidade, o equilíbrio e a interdependência entre todos os seres. Serão exploradas práticas pedagógicas que promovam a empatia, o autoconhecimento e a construção de comunidades mais saudáveis, colaborativas e conscientes de seu papel na transformação social e ambiental. 

• Sambavivências: Identidade, Antirracismo e Educação - 14h às 16h (sala 3) 

Parceria: A Cor da Cultura/Fundação Roberto Marinho e Gerência de Relações Étnico-raciais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (GERER-Rio) 

Por: Thayssa Menezes, professora, pedagoga e carnavalesca 

A oficina propõe uma imersão nas potências pedagógicas do samba e do Carnaval, compreendidos como territórios de produção de saberes, memórias e resistências. Vamos refletir sobre as múltiplas intelectualidades presentes nos barracões, nas rodas de samba e nas avenidas para além dos desfiles, ressignificando essas vivências como instrumentos de aprendizagem e valorização da cultura afro-brasileira. A oficina convida educadores e educadoras a explorarem possibilidades de incorporar essas experiências no cotidiano escolar, em consonância com as Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, fortalecendo práticas pedagógicas comprometidas com a equidade racial, saberes não hierarquizados e a valorização da cultura popular. 

• Como Trabalhar com Jogos em Sala de Aula - 16h às 18h (sala 1) 

Parceria: PerifaCon 

Por: Andreza Delgado, cofundadora e diretora criativa do Instituto PerifaCon, e Fernanda Cintra, cofundadora e diretora executiva do Instituto PerifaCon 

A oficina apresenta estratégias práticas para o uso de jogos em sala de aula como ferramenta pedagógica, promovendo aprendizagem significativa, protagonismo estudantil e mediação lúdica. A partir de um panorama da PerifaCon e o uso da metodologia com jogos que são utilizadas na Fundação Casa, ONGs e escolas, os participantes irão mergulhar neste universo lúdico, engajando-se na experiência como jogadores, como mediadores e como criadores de jogos pedagógicos. 

• Crescer sem Violência - segurança e proteção digital - 16h15 às 18h15 (sala 2) 

Parceria: Canal Futura/Fundação Roberto Marinho     

Por: Priscila Pereira, líder de Projetos na Fundação Roberto Marinho, e Cinthia Sarinho, líder de Projetos na Fundação Roberto Marinho 

Atualmente, crianças e adolescentes estão expostos a diversas formas de violência on-line, como a divulgação indevida de imagens e o uso da Inteligência Artificial para práticas de cyberbullying. Nesta oficina, a partir do material didático do projeto Crescer sem Violência, do Canal Futura, os participantes serão convidados a refletir sobre os riscos digitais, discutir estratégias pedagógicas de prevenção e fomentar uma cultura de cuidado e respeito nas redes. Também serão propostas práticas educativas que contribuam para o fortalecimento da cidadania digital nos espaços de ensino. 

• Engajamento em Sala de Aula sem Celular - 16h30 às 18h30 (sala 3) 

Parceria: SEBRAE 

Por: Lucas Paiva, diretor e fundador do Tiro na Lua Educação, e Juliana Chaves 

Como criar experiências de aprendizagem engajadoras sem depender do uso de celulares em sala de aula? Diante dos desafios contemporâneos de atenção e motivação dos estudantes, a oficina para professores propõe caminhos para tornar a sala de aula um espaço vivo de troca, mesmo sem a mediação da tecnologia. Conduzida por Lucas Paiva e Paulo Ventura, a atividade apresenta estratégias de gamificação e metodologias ativas que priorizam a escuta, o jogo e a participação. A oficina parte de experiências do Projeto Escalada e oferece repertório prático para apoiar educadores que desejem incentivar a participação dos jovens em iniciativas como o Desafio Liga Jovem. 

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Sábado, 14 de junho (MAR) 

• Educação Midiática para a Geração IA - 13h30 às 15h30 (sala 1) 

Parceria: Educamídia - Instituto Palavra Aberta 

Por: Mariana Ochs, coordenadora pedagógica do EducaMídia  

Em um mundo regido por dados e algoritmos, e interpretado por inteligências artificiais, que novas perguntas devemos nos fazer? A oficina explora a presença das tecnologias algorítmicas nos espaços onde nos informamos e nos relacionamos, seus impactos nos fluxos informacionais, nos direitos e na democracia e os novos contornos da educação midiática em tempos de IA. 

• Dados na Escola com AprendiZAP: como usar tecnologia para potencializar estratégias pedagógicas? - 13h45 às 15h45 (sala 2) 

Parceria: Fundação 1Bi 

Por: Bianca Silva, gerente de inovação no AprendiZAP 

O uso de dados na educação pode transformar a maneira como pessoas educadoras acompanham a aprendizagem de estudantes. No entanto, é inerente aos desafios de coleta, interpretação e uso de dados de forma prática. Esta oficina aborda como ferramentas digitais podem tornar esse processo mais ágil e assertivo, e conta com o AprendiZAP como um meio acessível de promoção à cultura de dados nas escolas. 

• Conversando com a I.A. sem passar raiva: um guia para prompts eficazes - 14h às 16h (sala 3) 

Parceria: Social Good Brasil 

Por: João Paulo Bosso, coordenador de projetos de formações no Social Good Brasil e Silvia Luz, diretora executiva do Social Good Brasil 

A Inteligência Artificial já é uma realidade latente e que tem impactado diversas áreas profissionais e pessoais, porém, saber usá-la de forma eficiente ainda é um diferencial. Vamos explorar os fundamentos da Engenharia de Prompt — a habilidade de se comunicar de forma clara, estratégica e produtiva com sistemas de I.A. generativa como o ChatGPT. Mais do que truques ou fórmulas, trata-se de desenvolver uma nova competência que será essencial para profissionais de todas as áreas nos próximos anos.  

• Clima tenso: o uso pedagógico de um jogo de tabuleiro na sensibilização sobre emergência climática - 16h às 18h (sala 1) 

Parceria: Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) 

Por: Maria Beatriz Nogueira, Stéphanie Habrich, Victoria Pirolla e Felipe Neves     

Operação Clima Tenso é um jogo de tabuleiro desenvolvido para jovens (14-18 anos) com a finalidade de debater soluções para eventos climáticos que causam o deslocamento forçado de populações em situação de vulnerabilidade. Na oficina, participantes conhecerão o jogo e terão uma formação prática para aplicá-lo com a finalidade educativa, sensibilizando para a causa do enfrentamento à emergência climática e propondo ações possíveis. 

• Imagens Ancestrais: o cinema indígena como ferramenta pedagógica - 16h15 às 18h15 (sala 2) 

Parceria: A Cor da Cultura/Fundação Roberto Marinho 

Por: Alberto Alvares, cineasta e professor  

A oficina propõe uma reflexão sobre o cinema indígena como ferramenta pedagógica para a valorização das culturas originárias no contexto escolar. A partir da exibição de trechos de filmes realizados por cineastas indígenas e de diálogos práticos com os participantes, a atividade convida educadores a explorarem o audiovisual como um meio potente de construção de conhecimento, promovendo o respeito à diversidade e fortalecimento do diálogo intercultural. 

• Do Insight ao Verbo: prepare o seu projeto para o LED! - 16h30 às 18h30 (sala 3) 

Por: Manu Bezerra, professora e designer de experiências de aprendizagem  

Proporcionar uma experiência prática e inspiradora para que educadores, estudantes e empreendedores desenvolvam ou aprimorem projetos educacionais com base nos critérios de avaliação do Prêmio LED, preparando-os para inscrição na edição de 2026.