Notícia: Movimento pela Base lança campanha “Recompondo o Futuro” para alertar sobre a necessidade da recomposição de aprendizagens nas escolas

Movimento pela Base lança campanha “Recompondo o Futuro” para alertar sobre a necessidade da recomposição de aprendizagens nas escolas

Campanha tem o objetivo de sensibilizar pais e professores sobre os impactos das defasagens de aprendizagens, que já eram inaceitáveis, e ficaram alarmantes após o
período da pandemia do Covid-19 

A geração das lacunas: estima-se que após a pandemia, o impacto das lacunas de aprendizagem em crianças e jovens irá durar 10 anos na vida escolar. Isso significa que um estudante do ensino fundamental que não aprendeu fração ou divisão seguirá com esse hiato até o Ensino Médio e consequentemente até a sua vida profissional. Além disso, essas defasagens irão trazer efeitos nas próximas cinco edições do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) até 2031. Por isso, o Movimento pela Base apresenta a campanha “Recompondo o Futuro”, desenvolvida para sensibilizar educadores, pais e responsáveis sobre a recomposição de aprendizagens, a urgência de implementá-la e como as escolas podem garantir que todas as crianças e jovens possam exercer um direito básico: aprender! No tempo, na idade e na etapa educacional adequada.

Historicamente, os estudantes brasileiros avançam nas séries sem aprender o fundamental, e isso impacta em todo o seu desenvolvimento. O processo de recomposição de aprendizagens busca reverter essa situação, diagnosticando o que foi perdido e traçando um plano de ação para que os conteúdos essenciais sejam consolidados.

“Uma boa política de recomposição deve ter três pilares fundamentais: avaliações diagnósticas constantes que não necessariamente são provas ou exames, a priorização curricular do que de fato o estudante precisa aprender e intervenções pedagógicas que são as ações de fato que podem ser desde tutorias, aulas no contraturno até a reorganização dos estudantes por nível de lacuna”, explica o gerente de articulação do Movimento pela Base, João Cêpa.

Idealizada para o digital, a campanha traz um tom leve e didático para explicar de forma simples o que é o tema. As redes sociais do Movimento pela Base contarão com conteúdos durante os próximos meses sobre o tema. Também compõe a campanha um vídeo em motion assinado pela Story Agência de Comunicação em conjunto com a agência Ecomunica. A peça apresenta a mascote do Movimento pela Base, a coruja Professora Lélia, inspirada na educadora e ativista Lélia Gonzalez. De forma divertida e objetiva, Lélia explica o que é a recomposição e qual a importância dela para que as crianças possam recuperar todos os saberes que não tiveram acesso durante o período de fechamento das escolas na pandemia causada pelo coronavírus.

“A Lélia é uma forma de fazermos uma homenagem a uma das maiores ativistas negras do país, além de falar de um tema complexo de forma simples para pais, responsáveis e professores”, afirma Samira Martins, Gerente de Comunicação e Engajamento do Movimento pela Base. É esperado que os fortes impactos da pandemia também se traduzam no SAEB de 2023. Para ilustrar a gravidade da situação, informações do SAEB de 2019 indicaram que apenas 34% dos estudantes do terceiro ano do ensino médio atingiram um nível satisfatório em Língua Portuguesa, enquanto meros 7% alcançaram esse mesmo patamar em Matemática. Já no ano de 2021, os índices caíram para 31% e 5%, respectivamente.

Já para os alunos do 5º ano, os dados revelaram que em 2019 apenas 57% dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental tinham um nível adequado em Língua Portuguesa, enquanto apenas 47% alcançavam esse patamar em Matemática. Durante o SAEB de 2021, o número de estudantes desta faixa com conhecimentos adequados em Língua Portuguesa caiu para 51% e em Matemática, para 37%.

“É de extrema importância para a sociedade brasileira que todo o conteúdo essencial para a formação dos estudantes seja plenamente consolidado. A criação de uma política nacional para a recomposição é uma premissa para que possamos avançar em qualidade no ensino nacional e não deixar ninguém para trás. É a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que esperamos que os professores possam identificar as lacunas nos conhecimentos dos estudantes e realizar a recomposição”, comenta Cêpa.

A BNCC é o documento pactuado nacionalmente que indica quais conhecimentos e habilidades são essenciais para que a criança ou jovem adquira para ter pleno desenvolvimento escolar e cidadão, de forma que todo estudante, independentemente de qual rede de ensino esteja, possa ter acesso aos mesmos saberes. A partir dessa política, os educadores têm uma bússola em mãos para identificar quais as competências e saberes são fundamentais para cada ano, etapa e idade escolar dos estudantes e assim, formular sua grade curricular e aplicá-la em sala de aula conforme suas necessidades.

Mais informações sobre recomposição de aprendizagens poderão ser encontradas no site Recompondo o Futuro, nas redes sociais do Movimento pela Base e no vídeo da campanha que está disponível aqui.

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