Instituição lança novo programa voltado para a Educação Infantil e primeiros anos escolares no qual oferece, gratuitamente, formação e recursos pedagógicos para docentes e gestores de municípios paulistas

No Dia Mundial da Alfabetização (8/9), o Sesi São Paulo reafirma seu compromisso com a educação de excelência e anuncia o Programa Alfabetização Responsável (PAR), no qual oferece, gratuitamente, formação e recursos pedagógicos aos professores e gestores das redes municipais de ensino do estado, para a atuação em sala de aula. O objetivo é apoiar as escolas no processo de desenvolvimento da escrita e da leitura das crianças, para que ocorra na fase adequada – até o final do 2º ano do Ensino Fundamental.

Essa é a etapa considerada ideal pelos especialistas para que o pleno desenvolvimento da criança aconteça, segundo a supervisora técnica educacional do Sesi-SP, Lilian Engracia. "O Sesi-SP acredita na educação como principal pilar para o desenvolvimento do país. Nesse sentido, a alfabetização na idade certa é o alicerce, pelo seu impacto na vida escolar das crianças, além de ser uma responsabilidade de toda a sociedade", afirma.

Os dados disponíveis indicam que há muito trabalho pela frente. Em 2021, um total de 2,8 milhões de estudantes concluiu o 2º ano do Ensino Fundamental, porém 56,4% deles foram considerados não alfabetizados em função do desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Exames anteriores à pandemia também já evidenciavam as dificuldades das crianças brasileiras. A última Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), realizada em 2016, mostrou que menos da metade dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental alcançou os níveis de proficiência suficientes em Leitura (45,3%) e em Matemática (45,5%), segundo Anuário Brasileiro de Educação Básica.

Na prática, neste novo programa, professores e gestores da educação infantil, que atuam com crianças de 4 e 5 anos, e do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, de prefeituras que aderirem ao PAR, passarão por formação realizada por especialistas do Sesi-SP, em uma jornada de 30 horas (16 horas presenciais e 14 horas online). “O processo formativo vai considerar as necessidades e demandas de cada escola. Inclusive, os recursos didáticos serão um apoio para os docentes, pois acreditamos na autoria do professor”, reforça Lilian.

Com os docentes que atuam com crianças de 4 e 5 anos, por exemplo, será aprimorado o conhecimento sobre os processos de desenvolvimento das crianças e de como trabalhar os objetivos de aprendizagem. “Por meio de experiências pedagógicas lúdicas e intencionais, com situações reais de uso social da língua, conversas em roda, leitura e contação de histórias,” exemplifica a especialista do Sesi-SP. “Sempre considerando as características próprias de cada momento de vida, para que o desenvolvimento integral da criança aconteça de forma significativa, considerando suas singularidades”.

Além do atendimento aos educadores, serão desenvolvidas práticas de liderança e conhecimento técnico dos processos, voltadas aos diretores escolares e coordenadores pedagógicos. O intuito é oferecer subsídios para que eles possam analisar os indicadores de qualidade, monitorar o processo de ensino e aprendizagem, bem como ajudar a criar um ambiente alfabetizador. “Esses gestores trabalharão temas específicos de suas funções, e também, juntos, devem criar metas e planos de ação para o alcance dos objetivos das escolas e redes de ensino que integram”, explica. 

Sesi para Todos

O Programa Alfabetização Responsável é parte do Sesi para Todos, iniciativa da rede que há um ano coloca à disposição das escolas públicas toda sua expertise em educação, a partir das necessidades dos municípios parceiros. “Foi feito um movimento para auxiliar os alunos de escolas públicas na recomposição das aprendizagens perdidas durante a pandemia e, atualmente, nosso objetivo é ajudar as escolas de forma mais perene. O PAR é um programa de formação continuada com previsão de atendimento e acompanhamento por até quatro anos”, reforça Lilian.

As atividades nas escolas terão início em 2024, mas os municípios já podem aderir, desde que estejam de acordo com os critérios de elegibilidade criados pelo SESI-SP. As prefeituras interessadas podem acessar sesisp.org.br/sesiparatodos para saber mais detalhes e entrar em contato com o SESI-SP.

Sesi-SP se junta à Fiesp para premiar escolas com bons índices de alfabetização

O pontapé do programa, no entanto, será dado ainda em 2023, com a realização do Prêmio PAR, em que o Sesi-SP, juntamente com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), vai reconhecer as cidades paulistas com os melhores resultados ao alfabetizar as crianças na idade certa, no ano de 2022.

Para definir os vencedores, serão utilizados dados públicos de desempenho dos alunos das redes municipais, ou seja, as prefeituras não precisarão se inscrever para concorrer. Serão oito categorias premiadas, de acordo com o porte da cidade. Na avaliação, o nível socioeconômico também será considerado. Os critérios técnicos foram montados com o apoio de entidades como Unicef, Bem Comum e Canal Futura, e estarão disponíveis para os municípios que quiserem consultá-los. A premiação acontecerá dia 13 de novembro, na sede da Fiesp.

As cidades vencedoras ganharão um espaço maker completo, em regime de comodato, e suporte de um instrutor do SESI-SP. O espaço é um laboratório de fabricação digital para práticas pedagógicas, equipado com máquinas e recursos do mais alto nível para desenvolvimento e prototipação de projetos, ampliando as experiências de aprendizagem multidisciplinares e interdisciplinares. Desta forma, propicia que os estudantes materializem suas ideias, desenvolvam a criatividade e o espírito colaborativo.