Notícia: Formação Inicial e Continuada (FIC): um caminho para inclusão e transformação social

Formação Inicial e Continuada (FIC): um caminho para inclusão e transformação social

Você já ouviu falar em FIC? A sigla, que vem de Formação Inicial e Continuada, pode até parecer técnica à primeira vista, mas, na prática, representa uma das portas mais acessíveis para quem quer desenvolver habilidades, se reposicionar no mercado de trabalho ou, simplesmente, aprender algo novo sem ter que passar por um curso longo ou com pré-requisitos difíceis.

E olha que essa porta anda cada vez mais aberta no Brasil.

De acordo com o Censo Escolar 2024, as matrículas em cursos da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) cresceram 2,4 vezes em relação ao ano anterior, somando 229 mil novas matrículas só na rede pública. E dentro desse grande guarda-chuva da EPT, os cursos FIC têm ganhado destaque especial. Entre 2022 e 2023, os cursos FIC registaram um crescimento de 71,9% nas matrículas, conforme mostram os dados do Censo Escolar de 2023.

Mas por que essa formação tem crescido tanto? E, mais importante, o que ela tem a ver com inclusão social e oportunidades reais?

Uma formação flexível e atenta ao mercado

Conversamos com Fernando Frochtengarten, gerente do Departamento de EJA, FIC e Escola Virtual da Fundação Bradesco, para entender melhor o impacto dessa modalidade de ensino.

Segundo ele, um dos grandes diferenciais dos cursos FIC é a flexibilidade: "Não há uma regulamentação rígida de faixa etária ou escolaridade mínima. As instituições têm liberdade para organizar a oferta conforme as demandas do território.", explica.

Essa característica permite que os cursos sejam mais ágeis, conectados com a realidade local e com as novas demandas do mercado: “O crescimento de matrículas está fortemente relacionado às transformações no mundo do trabalho. A demanda por habilidades digitais e por formações rápidas, que gerem resultados imediatos, aumentou.”, complementa.

Fernando Frochtengarten, gerente do Departamento de EJA, FIC e Escola Virtual da Fundação Bradesco
“Precisamos pensar em outras esferas sociais, que não a escolar, que possam contribuir para a formação educacional das pessoas.”, afirma Fernando Frochtengarten (Fundação Bradesco)

Nas escolas da Fundação Bradesco, por exemplo, a escolha dos cursos ofertados considera o contexto econômico e social da região. “Se uma escola está em um município com turismo sazonal, faz mais sentido ofertar cursos voltados para atendimento ao cliente. A gente faz o acompanhamento da procura dos cursos que estamos ofertando e esse termômetro é fundamental para entender a permanência ou não do curso ano a ano.”, complementa Fernando.

Impacto na vida profissional

Os cursos FIC, mesmo com carga horária menor, podem fazer toda a diferença na trajetória de quem busca inserção ou reinserção no mundo do trabalho.

Fernando ressalta que, além das habilidades técnicas, como design, tecnologia da informação ou costura, esses cursos também ajudam a desenvolver competências socioemocionais essenciais, como comunicação, colaboração e relacionamento interpessoal.

“Temos cursos como o de Libras que atraem desde professores, intérpretes até profissionais do comércio. A pessoa começa buscando uma qualificação e acaba se percebendo como alguém que pode gerar impacto positivo em diferentes ambientes e em diferentes áreas profissionais, evidenciando como as fronteiras entre profissões estão cada vez mais diluídas. A FIC se apresenta, então, como um percurso formativo que amplia horizontes profissionais.”, destaca.

E não para por aí. A FIC também tem cumprido um papel importante na inclusão social. Mais de 76% dos matriculados em cursos FIC se autodeclaram pretos ou pardos, segundo o Censo Escolar 2023. Para muitas dessas pessoas, é a primeira chance real de qualificação, uma chance que nem sempre é garantida pelo sistema formal de ensino.

Alunos do curso de Técnicas de Vendas.
Alunos do curso de Técnicas de Vendas, um dos cursos de Formação Inicial e Continual (FIC) da Fundação Bradesco

Um novo olhar para a educação e o trabalho

Para Fernando, os cursos FIC também podem ser uma porta de entrada para outros níveis de formação, como o ensino técnico ou superior.

E isso é especialmente importante quando pensamos na população jovem, entre 14 e 29, que não concluiu a educação básica, estimada em 9 milhões de brasileiros, segundo dados do Censo Escolar 2023.

“A FIC está mais próxima do mundo do trabalho do que da lógica escolar tradicional. Mas isso não significa que ela não tenha valor educacional, pelo contrário. Precisamos pensar em outras esferas formativas, além da escola, para garantir o direito à educação de todos”, defende.

Fernando reforça a necessidade de integração entre escola e mercado de trabalho, oferecendo possibilidades de desenvolvimento para quem, muitas vezes, foi excluído da educação formal.

Parcerias entre instituições de ensino e empregadores podem garantir que os cursos sejam flexíveis e mais integrados ao contexto local dos estudantes.

Formação Contínua

No cenário atual, em que o mercado de trabalho muda em ritmo acelerado, o conceito de formação única e definitiva já não se sustenta.

A educação profissional precisa ser pensada como um processo contínuo e é exatamente aí que a formação inicial e continuada se fortalece.

Seja para quem busca o primeiro emprego, quer empreender ou se atualizar profissionalmente, a FIC oferece caminhos acessíveis e práticos para aprender, crescer e se reinventar.

Confira aqui os cursos de Formação Inicial e Continual (FIC) da Fundação Bradesco.

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