Co.liga, a nova escola de economia criativa da FRM
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Co.Liga é uma escola de economia criativa e um espaço de fortalecimento de redes, com o objetivo de conectar juventudes, profissionais e empresas, com acesso gratuito, lançada em outubro de 2021, para oferecer formação e inclusão de jovens em vulnerabilidade social no mercado de trabalho. A iniciativa é uma parceria da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) com a Fundação e mobiliza criadores, produtores de conteúdo, coletivos e empresas de todo o país.
Voltada prioritariamente para jovens das classes C, D e E, a co.liga se organiza nos eixos de educação, trabalho e comunidade, oferecendo conteúdo educacional desenvolvido por profissionais do mercado; mentores para apoiar a formação dos estudantes; oportunidades de trabalho oferecidas por empresas e uma comunidade de ‘co.legas’ para trocar ideias.
Inicialmente são oferecidos 37 cursos livres de curta duração segmentados em 5 áreas da Economia Criativa – Patrimônio, Música, Multimídia, Design e Artes Visuais – e temas transversais que dialogam com todos os setores, como empreendedorismo, cidadania e elaboração de projetos culturais. Entre as opções segmentais, estão desde fotografia, design para web e roteiro audiovisual até turismo para cidades criativas, passando por produção musical, produção de infográficos e muitos outros. Todos os cursos são online e gratuitos: cada estudante escolhe sua trajetória e acessa quando e onde puder, por celular ou computador.

Conteúdo desenvolvido por nomes do mercado
O conteúdo dos cursos foi desenvolvido por nomes reconhecidos em suas áreas, como o músico e apresentador China Ina; o produtor cultural Leo Feijó, ex-subsecretário de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro; e a empresa de design e inovação FabLab Recife. A formação combina teoria e prática, de forma que o estudante possa aplicar o que aprendeu em produções e projetos individuais e coletivos, com foco no mercado de trabalho. Os estudantes recebem certificados e também poderão contar com sessões de mentoria com profissionais reconhecidos pelo mercado e prestigiados pelas juventudes.
No eixo do trabalho, a escola promove a conexão dos estudantes com o mercado: empresas, gestores, produtores, desenvolvedores e empreendedores ‘coligados’ vão oferecer, na própria plataforma, oportunidades de trabalho para os estudantes, a partir de uma rede de parcerias estratégicas organizada pela co.liga. Os estudantes também podem compartilhar seu portfólio na plataforma.
“A iniciativa da OEI no Brasil nasce a partir do reconhecimento da capacidade criativa do jovem brasileiro. Valorizar essa capacidade intelectual e criativa dos jovens, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social, significa gerar oportunidades para que tenham acesso à conteúdos culturais e o desenvolvimento de competências e habilidades profissionais que possibilitem a geração de novos negócios em economia criativa”, diz Raphael Callou, chefe e diretor da Representação da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação a Ciência e a Cultura (OEI) no Brasil.

Mais de R$ 171,5 bilhões gerados pela indústria criativa no Brasil
Callou destaca que a economia criativa, no Brasil, aumentou a geração de empregos e valores. Segundo levantamento da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) em 2017, a indústria criativa gerou R$ 171,5 bilhões (equivalente a mais de 2,6% do PIB) e teve mais de 837 mil trabalhadores oficializados. “Da mesma forma, a criatividade dos jovens é um capital social para gerar uma nova perspectiva de futuro com mais acesso à cultura e ao mercado de trabalho. Por isso, é de grande interesse da OEI estimular o papel estrutural da cultura e da economia criativa para o aprimoramento dos jovens, do país e da Ibero-América. Acreditamos, portanto, na cultura como estratégia de desenvolvimento e entendemos que é por meio da educação que teremos um ambiente mais preparado para lidar com as potencialidades da economia criativa favorecendo a inclusão e a equidade”, completa.
A escola vai ao encontro de uma juventude que, diante de desafios econômicos e sociais, muitas vezes se afasta da escola e segue em ocupações informais, mas tem energia, criatividade e capacidade de adaptação. Por isso, a co.liga não desconsidera saberes e vivências já adquiridos na prática e se adapta a uma realidade de jovens mais interessados em projetos criativos que em modelos de formação tradicionais.
“A co.liga é um sonho, de fortalecer o coletivo das juventudes brasileiras no seu processo de inserção produtiva, pelos caminhos da cultura, da arte, da inovação. Um espaço para se desenvolver, ver e ser visto, manter-se informado sobre oportunidades de trabalho e de jornadas criativas colaborativas. É um território livre, dinâmico, em que os mais jovens não são tratados como ‘café-com-leite’ em seus pensamentos e ações. Lugar de encontros, compartilhamento de experiências com pessoas que já são reconhecidas pelo que fazem. Um lugar de transformação. Juntos vamos fazer a roda girar”, conta João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho.
Comunidade conecta produtores e jovens de todo o país
A comunidade virtual da escola também vai formar um espaço de compartilhamento, reconhecimento e valorização, com uma programação cultural online que inclui debates, palestras, aulas abertas, shows, leituras e diversas atividades que ampliam a formação dos jovens. Com parcerias mobilizadoras de coletivos e instituições de várias regiões do país – como Arrastão, de São Paulo; Cecip /Oi Kabum, do Rio de Janeiro; FASE, de Pernambuco; Oficina de Imagens e Inhotim, de Minas Gerais; Jovens de Expressão, de Brasília; e TVOvo, do Rio Grande do Sul – a escola tem abrangência nacional e o objetivo de estimular os ecossistemas econômicos regionais, diminuindo as desigualdades no acesso à cultura.
“Neste período de pandemia, percebemos o quanto é significante para o jovem utilizar e se apropriar de maneira ativa de ferramentas tecnológicas e dos assuntos que estão em destaque no mercado de trabalho, mas é ainda mais importante incentivar a criação de uma rede que possa contribuir gerando e compartilhando oportunidades.” Conta Francielli Sampaio, integrante do coletivo Arrastão e do núcleo de empreendedorismo e inovação, ARRASTART.
Projeto pedagógico
O projeto pedagógico da escola está alicerçado nos princípios norteadores da Economia Criativa – diversidade cultural, inovação, inclusão e sustentabilidade -, com a intenção de proporcionar oportunidades educativas inclusivas, por meio da criatividade e da integração entre várias linguagens, recursos e pessoas.
“Apostar na Economia Criativa é uma estratégia essencial para aprender a viver e promover o desenvolvimento solidário, includente e sustentável. Educar as juventudes para a Economia Criativa é uma ação política de emancipação social e um grande passo para a superação da desigualdade brasileira, que visa qualificar os jovens brasileiros para o empreendedorismo e o exercício de ocupações da cultura, das artes, das novas mídias, das tecnologias da informação e das criações funcionais.” Expressa Cláudia Leitão, responsável pelo Projeto Pedagógico. O objetivo é apostar no papel transformador da Cultura e da Educação, construindo uma política sensível às potencialidades, valores e necessidades das juventudes que são públicos-alvo da Escola.