Notícia: Trabalho para quem? O desemprego entre os jovens brasileiros

Trabalho para quem? O desemprego entre os jovens brasileiros

Quase um terço dos jovens com idade entre 18 e 24 anos ficaram sem emprego em 2020, segundo a última pesquisa divulgada pelo IBGE. Confira os números do desemprego entre os jovens brasileiros

Pouca experiência, muitos sonhos e vagas escassas. O mercado de trabalho para as juventudes já é um universo difícil de adentrar em tempos normais. Num cenário de pandemia e economia em frangalhos, o desafio se torna ainda maior, especialmente para a população negra, feminina e periférica. A PNAD do 3º trimestre de 2020, divulgada pelo IBGE, indicou uma taxa de desemprego de 31,4% entre os trabalhadores de 18 a 24 anos. E o problema não termina aqui. No cesto de estatísticas que configuram a tragédia social pela qual estamos passando, somam-se também outros dados alarmantes que denunciam o estado de vulnerabilidade das novas gerações. Só para citar alguns: aproximadamente 36% dos jovens não estudam nem trabalham; a taxa de homicídios de pessoas com idades entre 15 e 29 anos é de 60%; e por aí vai. Esse e outros indicadores podem ser encontrados de forma consolidada na Plataforma Juventude, Educação e Trabalho (JET), desenvolvida pela Fundação Roberto Marinho.

Uma carteira de trabalho sendo segurada pelas mãos de uma pessoa
Quase um terço dos jovens com idade entre 18 e 24 anos ficaram sem emprego em 2020 (Foto por MAURO PIMENTEL / AFP)

Para aprofundar esse debate sobre o desemprego entre os jovens, o Conexão estreia, em março, uma série de programas sobre essas vulnerabilidades, com discussões sobre racismo, violência, educação e outros temas. Uma das edições vai abordar o desemprego entre os jovens, trazendo também exemplos de iniciativas que buscam melhorar esse cenário.

“Os jovens são mais suscetíveis ao desemprego, pois não têm muita experiência no mercado de trabalho e são os primeiros a serem demitidos durante a crise,” explica Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, em entrevista para o Conexão.

Mas iniciativas para ajudar as juventudes a encontrar um caminho também estão surgindo Brasil afora. O Conexão selecionou alguns projetos que estão dando visibilidade ao trabalho de jovens negros e criando oportunidades para aqueles que vivem nas periferias. Um exemplo é o “Planilhas de Pretos”, uma consultoria que, além de capacitar, divulga profissionais de diversas áreas. “Se fizermos um recorte racial e de classe nos índices de desemprego, perceberemos que houve um aumento para a população negra e periférica”, ressalta Ketyanne Silva, idealizadora do projeto.

A cor da desigualdade

Com uma rápida busca na Plataforma JET, é possível confirmar o ponto levantado por Ketyanne: 25% dos jovens negros, com idades entre 15 e 29 anos estão desempregados, enquanto entre os jovens brancos, essa taxa é de cerca de 19%. Para a idealizadora do “Planilhas de Pretos”, apesar de a escolaridade ser um dos principais fatores que explicam esse cenário, não é o único. Ela conta que alguns profissionais negros, mesmo tendo MBA, outros idiomas e qualificações, também enfrentam dificuldades para conseguir um emprego.

Um homem negro de costas para quem bateu a foto está olhando cartazes de vagas de emprego colados em um poste de rua
25% dos jovens negros, com idades entre 15 e 29 anos estão desempregados, enquanto entre os jovens brancos, essa taxa é de cerca de 19% (Foto por NELSON ALMEIDA / AFP)

“Se nós compararmos, muitas vezes, brancos com a mesma qualificação conseguem empregos com maior facilidade por terem uma rede de contatos, por conhecerem pessoas em empresas que os indiquem, enquanto o profissional negro, muitas vezes, só conta com a sua qualificação”, explica Ketyanne.

E, quando o profissional vem da periferia, o caminho costuma ser mais longo e com barreiras maiores. Em São Paulo, a maior cidade do Brasil, por exemplo, os jovens das áreas centrais têm uma remuneração 50% maior se comparados aos jovens periféricos. O levantamento é do movimento GOYN, uma aliança para promover a inclusão produtiva de jovens na capital paulista.

A analista de projetos do movimento Ana Inez Eurico conta que um dos objetivos da ação é apoiar a inserção produtiva de 100 mil jovens. Para isso, existem frentes de atuação direcionadas para projetos de vida, mundo do trabalho, empreendedorismo, equidade, entre outras abordagens. “As empresas precisam criar oportunidades dignas para que os jovens possam, de fato, transformar a realidade deles”, reforça.

Este é só um aperitivo do bate-papo previsto para ir ao ar no início de março. E tem muito mais! A Série Vulnerabilidades das Juventude também vai tratar de temas como gravidez na adolescência e jovens trans. Tá ligadx nesse debate? Então compartilhe essa conversa!

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