Notícia: Como lidar com crianças e adolescentes ansiosos?

Como lidar com crianças e adolescentes ansiosos?

Em 2018, a Organização Mundial da Saúde, OMS, já apontava o Brasil como o país com maior índice de crianças ansiosas do mundo. A pandemia da Covid 19 pode ter agravado esse cenário. De acordo com um levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, de 2021, 1 em cada 4 crianças/ adolescentes, ouvidos, mostraram sinais de ansiedade ou depressão durante o período de isolamento social.

Para entender como a pandemia afetou a saúde mental desse grupo, a apresentadora Carol Malvão conversa com o professor e pesquisador Hugo Monteiro e o psicopedagogo e doutor em educação Eugênio Cunha, no Conexão.

Hugo Monteiro e Eugênio Cunha são os convidados do Conexão, com apresentação de Carol Malvão. (Foto: divulgação)
Hugo Monteiro e Eugênio Cunha são os convidados do Conexão, com apresentação de Carol Malvão. (Foto: divulgação)

Hugo Monteiro explica a diferença entre os transtornos mentais que mais afetam as novas gerações. “Depressão e ansiedade patológica não são a mesma coisa. Mas elas estão interrelacionadas, porque o transtorno mental raramente é isolado. É muito provável que quando você tenha transtorno de ansiedade você possa ter ali interrelacionado algum tipo de transtorno depressivo”, afirma o professor. Segundo ele, a quebra da rotina aumentou a insegurança na pandemia, o que propiciou o crescimento de casos de ansiedade.

Os entrevistados salientam que a Covid-19 trouxe elementos desafiadores para crianças e adolescentes. Eles tiveram que lidar com a distância de amigos, parentes, e, especialmente, do ambiente escolar. A volta às aulas não reverteu os prejuízos à saúde mental, conforme pontua o psicopedagogo Eugênio Cunha. “A ansiedade aumentou um pouco porque havia o desejo das crianças de se abraçarem, de terem comunhão, fazerem as coisas mais próximas.”

Carol Malvão entrevista Eugênio Cunha. (Foto: divulgação)
Carol Malvão entrevista Eugênio Cunha. (Foto: divulgação)

Outro tópico discutido é a causa da ansiedade na população infantil. A convivência com pais e responsáveis ansiosos pode acarretar o desenvolvimento da doença nos filhos. Para Hugo Monteiro, a doença pode ser "transmitida" no convívio familiar. “Uma ansiedade patológica tem muito a ver com um ambiente tóxico. Do mesmo jeito que uma família pode ensinar uma criança a ser serena, ela pode ensinar uma criança a ser ansiosa, aprender a não esperar”. Segundo os estudos do professor, a doença caracteriza-se pela expectativa acelerada do futuro, atrelada à ideia de que o indivíduo consegue controlar o que está por vir.

O Conexão sobre crianças ansiosas estreia na programação do Futura no dia 27 de julho, às 20h. O episódio já está disponível na plataforma Globoplay.

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