Conexão Brasil-África
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Série especial do Jornalismo do Futura aborda os fortes laços entre o nosso país e o "Berço da Humanidade"
A série especial Conexão Brasil-África estreia dia 23 de maio, às 20 horas, no Canal Futura. A produção é uma parceria com a ActionAid Brasil e conta com 5 episódios, exibidos de segunda à sexta-feira, em comemoração ao Dia Mundial da África (25 de maio).
Os temas abordados revelam os fortes laços entre Brasil e África, como escolas afro-brasileiras e africanas, imigrantes africanos que vivem no Brasil, pratos da culinária ancestral, e outras heranças deixadas no Brasil por negros escravizados. Todos os episódios ficam disponíveis gratuitamente nas plataformas Globoplay e Canais Globo.
Para analisar as questões socioculturais do continente africano, foram convidados profissionais de diferentes origens. Afinal, a "África não é um país", já dizia Emicida, na canção Mufete. O "continente-mãe" é composto por mais de 50 países e muitos povos. Essas discussões estão no 1º episódio, que conta com a participação do jornalista angolano Israel Campos e outros entrevistados.
“Essa noção generalista sobre o continente e a população [africana] acaba por um bocado tirando a dignidade individual das pessoas. Acho que é também uma forma de desumanizar os próprios africanos”, disse o repórter da BBC África, Israel, durante as gravações do Conexão.

Além de Israel, a série ouviu outros entrevistados internacionais, como o designer e oficineiro Sèmanou Lionel, do Benim, e a professora Lucília dos Santos, de Cabo Verde. Alguns moram no Brasil há alguns anos. São os casos da universitária beninense Olyta Wintona e do dançarino angolano Aylton Manuel - nome inspirado no piloto brasileiro Ayrton Senna - e também conhecido como "O PDF". O estúdio do Conexão também recebeu a pesquisadora e criadora de conteúdo Nathalia Grilo e o coordenador do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), Cláudio Honorato.
Por trás das câmeras, a produção foi orientada pelos jornalistas Leonne Gabriel, Louise Freire e Rafael Costa. A série busca mostrar aos espectadores que o Brasil é uma continuação da África, já que o país recebeu uma migração forçada de grandes massas africanas até o ano de 1850, quando foi promulgada a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravizados.
Segundo o jornalista Leonne Gabriel, “o contingente populacional no Império do Brasil era essencialmente formado por africanos e descendentes de africanos, e ainda hoje temos mais da metade da população autodeclarada negra”.

O jornalista ainda alerta que Brasil e África são parte da mesma história: “Essa conexão indissociável surgiu no período escravocrata e, ainda assim, precisamos nos perguntar: qual é o legado e a contribuição dos africanos para nós, brasileiros? Em todos os episódios abordamos as profundas relações entre essas duas regiões do mundo, que muitas vezes se confundem na história”, concluiu Leonne. Além dos produtores, a série também conta a apresentação de Juliane Sousa e Pedro Lima.
