Notícia: Crianças e adolescentes participam do Festival LED e destacam a importância de serem incluídos no debate sobre educação

Crianças e adolescentes participam do Festival LED e destacam a importância de serem incluídos no debate sobre educação

Com voz, ideias e criatividade, público infanto-juvenil acompanhou programação, cobriu o evento e brincou no Ledinho

Duas meninas pequenas, usando jalecos vermelhos com o logo do DPA (Detetives do Prédio Azul) nas costas, participam de uma atividade interativa. Elas estão de frente para um grande painel azul com várias cartas viradas para baixo, decoradas com símbolos de interrogação. A menina ao centro toca uma das cartas, como se estivesse prestes a virá-la, enquanto a outra observa com curiosidade.
Crianças brincaram e participaram de jogos interativos no Ledinho. Foto: Amanda Nunes

“Eu acho importante que encontros como esse promovam o debate sobre educação”, avalia Cauã Peverari, 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio. A escola do jovem levou os estudantes para participar da 4ª edição do Festival LED. Especialmente na sexta-feira (13), primeiro dia de evento, muitas crianças e adolescentes com uniforme escolar circulavam pela Praça Mauá e acompanhavam as atividades no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio (MAR).  

Cauã participou de algumas atividades, entre elas a oficina “Minha quebrada, meu projeto”, que tinha como objetivo estimular estudantes a transformarem os desafios de seus territórios em projetos de impacto social. O jovem ressalta a importância de os estudantes também serem ouvidos nas discussões sobre educação: “Eu acho que, assim como os adultos precisam participar desse debate para que uma mudança positiva ocorra, as crianças e os jovens também têm que fazer parte disso. Não tem como você mudar sem todas as partes estarem conscientes do que mudar e de como fazer isso”.  

Para Pedro Henrique Marques, de 16 anos, as discussões do Festival LED estão conectadas a questões importantes, presentes no dia a dia dos jovens. “É muito importante termos acesso a conversas sobre racismo, inteligência artificial, cyberbullying. São assuntos muito importantes atualmente”, explica. 

O jovem foi com a turma da escola ao evento. A ida dos estudantes foi viabilizada por meio de um projeto da ONG Argilando. O grupo assistiu ao painel “Amazônia Jovem: novas lideranças na construção da agenda da COP 30”, mediada por Fafá de Belém.  

A colega de Pedro, Lara Gonzales, de 17 anos, destacou que o acesso aos debates promovidos pelo evento ajuda crianças e adolescentes a se protegerem e a enfrentarem desafios que fazem parte do seu cotidiano. “Eu acho que é um conhecimento que a gente precisa ter. Os adolescentes ficam muito vidrados no celular e a gente não tem muita dimensão do que acontece por trás das redes sociais. No digital, a vida das pessoas sempre é ótima, mas não é bem assim”, reflete.  

Além de assistir à programação, Pedro e Lara estavam cobrindo o evento para um projeto de comunicação escolar da Escola Intercultural Brasil-México, em São Gonçalo.  

A cobertura do evento também levou outras crianças e adolescentes ao Festival LED. É o caso do trio Lorena Castro, Leona Barbosa e Nicolly Viana, que fazem parte de um jornal escolar em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Elas foram a convite da Agência de Notícias dos Alunos da Rede (Andar), projeto de educação midiática desenvolvido pela MultiRio, parceira da Fundação Roberto Marinho. Fizeram imagens das atividades e entrevistaram várias pessoas no evento.

Três pessoas estão sentadas em um banco de pedra à beira de um rio, sob um céu azul com algumas nuvens brancas. À esquerda, uma menina de cabelos cacheados e escuros, vestindo uma camiseta branca e uma calça jeans clara larga, segura um pequeno microfone e entrevista o homem ao centro. Ela também usa tênis roxos e carrega uma bolsinha colorida. No meio, um homem de cabelo grisalho curto e barba branca, usando óculos escuros, uma jaqueta cinza e calça de moletom cinza, sorri e olha para a menina. À direita,
Nicolly e Lorena entrevistando João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho. Foto: Jaqueline Suarez

“É a primeira vez que estou vindo aqui e gostei muito”, conta Lorena, 11 anos, sobre nunca ter visitado a praça Mauá e os museus do local. A menina se disse animada em conduzir várias entrevistas: “É uma sensação muito boa, porque a gente vai conversando e trocando ideias”, resume.  

“Às vezes fico com vergonha de abordar e entrevistar as pessoas, mas quanto mais eu vou fazendo isso, mais eu vou me soltando”, avalia Nicolly, de 11 anos, sobre a experiência de cobrir o evento. Durante a cobertura, as meninas também buscaram entrevistar outras crianças e saber o que elas estavam achando do evento.

 

Aspas

“Eu acho importante ter crianças em um evento de educação, porque estamos aqui para aprender, mas também podemos ensinar”. 

Nicolly Viana

Aspas

 

Leona, 10 anos, foi a responsável pela gravação de várias entrevistas feitas pela equipe. Além da experiência na cobertura, ela diz também ter gostado do conteúdo do evento. “Eu acho importante ter mais espaços como esse, que reúne muitas pessoas para falar sobre educação”, destaca.  

Durante os dois dias de evento, a Andar levou três grupos de estudantes da rede municipal de educação do Rio ao Festival LED. Além da cobertura, um dos grupos também foi convidado para uma roda de conversa no estande do Educamídia, iniciativa do Palavra Aberta.  

No centro dos debates, como ouvintes na plateia, em apresentações culturais ou realizando uma cobertura do evento a partir do seu próprio olhar, as crianças e adolescentes participaram ativamente do Festival LED. Estiveram, também, acompanhando as atividades do Ledinho, espaço dedicado à programação infantil.  

Crianças participam de uma oficina de artesanato no Festival LEDinho, sentadas ao redor de uma mesa redonda. Elas utilizam materiais como palitos de madeira, tesouras, canetinhas e cola para criar suas produções. Ao centro da imagem, destaca-se uma mochila roxa com os dizeres “LEDinho – Já fui figurino – Edição 2025”. A cena transmite um clima de criatividade e aprendizado coletivo
No Ledinho, as crianças participaram de oficinas e brincadeiras. Foto: Jaqueline Suarez

Pensado especialmente para as crianças, o Ledinho contou com piscina de bolinhas, atividades manuais, jogos e apresentações artísticas. Thales da Silva, 7 anos, e Mayte Silva, 5 anos, participaram dos jogos e assistiram às oficinas. Fã de “Detetives do Prédio Azul”, o menino vestia a blusa da série e estava animado com as referências à produção: “Eu joguei jogo da memória do DPA e consegui acertar, foi muito legal”, diz.

Sobre o Festival LED 

Realizado pela Globo e pela Fundação Roberto Marinho, em parceria com a Editora Globo e com patrocínio da Fundação Bradesco, o Festival LED promove experiências, trocas e diálogos que iluminam práticas educativas. O evento integra o Movimento LED – Luz na Educação, iniciativa que identifica, valoriza e divulga ações transformadoras na área educacional. 

Festival LED 2025: em pauta, o debate sobre o futuro da educação

Essa foi a 4ª edição do Festival LED no Rio de Janeiro. Em dois dias, mais de oito mil pessoas participaram das 150 horas de programação. O evento teve transmissão ao vivo pelo Canal Futura e, em breve, a gravação de alguns painéis estará disponível, gratuitamente, pelo Futura no Globoplay.