Notícia: Metodologia de aprendizagem respeita histórias de vida dos estudantes

Metodologia de aprendizagem respeita histórias de vida dos estudantes

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Roqueline Martins se formou em Direito e hoje atua como previdenciária. Para conseguir este objetivo, terminou a Educação Básica no projeto piloto da Nova EJA no SESI Bahia.  Mãe de  três filhos e esperando o quarto, encontrou a oportunidade que precisava para ter uma profissão e fazer a diferença em sua família ao ser a primeira pessoa que cursou uma faculdade. “A EJA proporcionou uma transformação muito grande na minha vida”.

Um dos diferenciais do currículo da Nova Educação para Jovens e Adultos do SESI é a utilização da metodologia do Reconhecimento de Saberes, própria da rede. As unidades da Bahia participaram de um projeto piloto de implementação. O Brasil também foi o  primeiro país da América Latina a usar a metodologia, que tem como objetivo conhecer e identificar os conhecimentos adquiridos pelo sujeito ao longo da vida.

Uma pessoa está com um canudo (com um diploma dentro) erguido em sua mão, enquanto seus familiares estão ao seu lado. Todos sorriem.
A advogada Roqueline Martins em sua formatura. (Foto: Arquivo pessoal Roqueline Martins)

Na prática

Gisele Marcia de Oliveira Freitas, Gerente de Educação de Jovens e Adultos do SESI Bahia, conta que um dos alunos era responsável por alocar os extintores de um shopping, e que utilizava a planta baixa para isso. Ele calculava e dimensionava quantos extintores precisaria colocar, respeitando as normas regulamentadoras, e depois convertia em metros para saber qual a distância que deveria deixar entre um extintor e outro. Ou seja: mesmo sem perceber, o estudante já utilizava a matemática em sua prática profissional. O aproveitamento de situações como essa é exatamente a base do Reconhecimento de Saberes. “A grande inovação do projeto do Sesi é trazer os saberes adquiridos ao longo da vida para um processo formativo”.

Outro diferencial é a flexibilidade que o curso oferece, com a modalidade a distância:  80% do curso é realizado via plataformas de estudo e 20% de forma presencial. Na Bahia são 8 pólos presenciais onde os estudantes vivenciam momentos de experimentação. Reinaldo de Jesus Santos, professor de Física, conta que as atividades pedagógicas presenciais acontecem de forma interdisciplinar.“São formatadas para que os estudantes possam desenvolver as habilidades que ainda precisam ser desenvolvidas dentro do nosso percurso pedagógico”.

Diversas pessoas estão sentadas em suas carteiras, dentro de uma sala de aula.
Alunos da Nova EJA na Rede SESI em Salvador - BA. (Foto: Arquivo pessoal Reinaldo de Jesus Santos)

Mais possibilidades

Hevila Prates,  professora de Ciências da Natureza,  considera que todo esse diferencial da Nova EJA no SESI dá oportunidade aos estudantes desempregados de retornarem mais rápido ao mercado de trabalho.  Aos que estão empregados, a Nova EJA aumenta a chance de  conseguir uma promoção ou, ainda, seguir na vida acadêmica. “O impacto desse projeto é tanto profissional quanto pessoal”.

Alberico da Conceição Santos também ex-aluno da EJA se formou em História e agora faz mestrado em Antropologia. “A EJA tem um processo de inclusão, um processo legal, e isso faz com que as pessoas sejam por si só oportunizadas. O direcionamento síntese que acontece no EJA é isso: inclusão e oportunidade”.

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