Fundação Itaú realiza a primeira edição do seminário Diálogo sobre desigualdades: o Brasil que percebemos
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Evento reúne pesquisadores, representantes da sociedade civil e do terceiro setor no Itaú Cultural e marca o lançamento de pesquisa inédita sobre percepções das desigualdades no país, além de um documentário que oferece caminhos para promover transformações reais e a nova edição da Revista do Observatório, inteiramente dedicada a esse tema
Na terça-feira, dia 9 de setembro, a partir das 9h30, a Fundação Itaú realiza o seminário Diálogo sobre desigualdades: o Brasil que percebemos. Reunindo pesquisadores, representantes da sociedade civil e de organizações do terceiro setor, o evento tem como objetivo ampliar a discussão pública e estimular a criação de propostas que fortaleçam a democracia e ofereçam respostas alinhadas às demandas da população. O encontro é realizado no Itaú Cultural, com inscrições gratuitas.
O debate se concentra em entender a sensibilidade dos brasileiros aos tipos de desigualdades enfrentadas no cotidiano por diferentes grupos, como classes sociais, gêneros, raças e regiões do país. Participam dele, entre outros, o jornalista e fundador da Alma Preta Jornalismo Pedro Borges, que faz a medição da conversa entre a educadora social e conselheira tutelar do Rio de Janeiro Heloísa Helena Cardoso, a diretora executiva do PerifaConnection e co-fundadora do Observatório das Baixadas Thuane Nascimento, e Gisele Venancio, docente da Universidade Federal Fluminense e Titular da Cátedra UNESCO sobre Desigualdades Globais.
Ainda, o seminário conta com a antropóloga e professora universitária indígena Luana Kumaruara, a Fundadora do Movimento Político Organizado de Pessoas Trans Brasileiras Jovanna Cardoso, o médico e comunicador periférico Carlos Vieira, Vovó Ione, anciã do povo Terena e Danilo Pássaro, teólogo, mobilizador social e historiador, na mediação. Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil e Neca Setubal, presidente do Conselho da Fundação Tide Setubal e presidente do Conselho Curador da TV Cultura, abrem o seminário.
Pesquisa e documentário
Para fomentar o debate, na ocasião é lançada a pesquisa Percepções sobre as desigualdades no Brasil. Desenvolvido pelo Observatório Fundação Itaú, o levantamento foi realizado em duas etapas: uma quantitativa (desenvolvida em parceira com DataFolha e Plano CDE) e outra qualitativa (com a Plano CDE). A pesquisa explora como a percepção da população sobre o tema varia entre diferentes classes sociais, gêneros, raças e regiões do país.
A estreia da série documental Travessias Desiguais – vidas brasileiras pensando as desigualdades traz mais elementos para desenvolver o tema e buscar soluções. Em quatro episódios, a obra acompanha as experiências de vidas atravessadas pelas desigualdades e dedicadas a atuar por um Brasil menos desigual. O documentário é uma produção da Maranha, em correalização com a Fundação Tide Setubal, com direção executiva de Tiago Pereira.
No primeiro episódio, mães de diferentes regiões do Brasil pensam as desigualdades que afligem as maternidades brasileiras. O segundo trata de infâncias e juventudes, entre crianças e jovens das cinco regiões do país que falam sobre escola, alimentação, crise climática e meio ambiente. Educação e trabalho é o tema do terceiro episódio, que reflete as desigualdades no acesso à educação e ao trabalho dignos na cidade e no campo, segundo jovens do teatro, motorista de aplicativos, antropóloga indígena e trabalhadores e ativistas brasileiros. O tema final é a maturidade: brasileiros e brasileiras entre 60 e 82 anos falam sobre seus amadurecimentos em meio às desigualdades do país, tratando de meio ambiente, vínculos familiares, comunidade trans, a vida com deficiência, saúde e espiritualidade.
A produção tem estreia marcada para o próximo dia 09, às 21h30, no Futura e no Globoplay. Após a exibição, realizada semanalmente na TV, todos os episódios estarão disponíveis gratuitamente na plataforma.
Personagens retratados participam do lançamento e do debate para formular coletivamente soluções possíveis para assegurar o exercício da cidadania e a garantia de direitos dos brasileiros. O diretor executivo Tiago Pereira e a diretora de produção, Juliana Cristina Santos, ambos da Maranha, também participam do debate.
A potência da arte, cultura e educação juntas
O seminário também marca o lançamento da nova edição da Revista do Observatório. A publicação inicia uma nova fase na produção e na avaliação de caminhos para uma educação transformadora, a partir do envolvimento das artes,da cultura e das comunidades como vias imprescindíveis para o combate às desigualdades. Assim, torna-se um ambiente de escuta sensível, dinâmico pela troca de saberes e de criação conjunta.
Totalmente repaginada, a revista reúne diferentes perspectivas de pesquisadores, artistas, educadores, juventudes e coletivos para ampliar a compreensão dos desafios atuais. A Carta ao Leitor, assinada pelo presidente da Fundação Itaú, Eduardo Saron, apresenta a nova “casa” da revista. Bianca Santana, jornalista, professora e ativista, contribui com um artigo de opinião que defende o entrelaçamento entre arte, cultura e educação para promover equidade. A seção de dados, elaborada por Alisson Santos e Guilherme Miranda, analistas de dados do Observatório Fundação Itaú, investiga a dinâmica das desigualdades no país. Fabiana Pereira, jornalista do Observatório EPT, destaca a economia criativa como ferramenta de inclusão produtiva para as juventudes.
Além disso, a equipe da Alma Preta, agência de comunicação e notícias especializadas na temática étnico-racial no Brasil, relata experiências transformadoras em comunidades periféricas, como a dança na Maré, a poesia cultivada em Manguinhos e os cursinhos populares de Salvador. O coletivo Amazônia Vox traz vozes amazônidas em pauta, com matérias sobre juventudes em ações climáticas, projetos de comunicação escolar e o papel do audiovisual na valorização de identidades locais.

PROGRAMAÇÃO Seminário Diálogo sobre desigualdades: o Brasil que percebemos
Data: 9 de setembro, terça-feira Horário: das 9h30 às 17h30 Local: Itaú Cultural
9h30 às 10h – Abertura
Eduardo Saron – Presidente da Fundação Itaú
Marlova Jovchelovitch Noleto – Diretora Representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil
Neca Setubal – Presidente do Conselho da Fundação Tide Setubal e Presidente do Conselho Curador da TV Cultura
10h às 11h15 – Apresentação da pesquisa Percepções sobre as desigualdades no Brasil
Alan Valadares – Coordenador do Observatório Fundação Itaú
Ana Maria Cardoso – Analista do Observatório Fundação Itaú
11h15 às 12h15 – Painel de debate: As desigualdades percebidas pela população: nuances, contrastes e consensos
Heloísa Helena – Educadora social e Conselheira Tutelar do Rio de Janeiro (São Conrado, Rocinha)
Thuane Nascimento – Diretora executiva do PerifaConnection e cofundadora do Observatório das Baixadas
Giselle Martins Venancio – Docente da Universidade Federal Fluminense e titular da Cátedra UNESCO sobre Desigualdades Globais
Mediação: Pedro Borges – Jornalista e fundador da Alma Preta Jornalismo
12h15 às 12h30 – Apresentação Revista Observatório: A potência do encontro entre arte, cultura e educação
Guilherme Miranda – analista do Observatório Fundação Itaú
12h30 às 14h30 – Almoço
14h30 às 16h – Painel de debate: Nós por nós: Pensar as desigualdades, reinventar as travessias
Luana Kumaruara – Antropóloga e professora universitária indígena
Jovanna Cardoso – Fundadora do Movimento Político Organizado de Pessoas Trans Brasileiras
Carlos Vieira – Médico e comunicador periférico
Vovó Ione – Anciã do povo Terena
Mediador: Danilo Pássaro – Teólogo, mobilizador social e historiador
16h às 17h – Exibição de episódio da série Travessias Desiguais
17h – Fala de encerramento
Tiago Pereira – Diretor Executivo da Maranha Filmes
Juliana Cristina Santos – Diretora de Produção da Maranha Filmes
Sobre a Fundação Itaú
Com o intuito de inspirar e criar condições para promover o desenvolvimento de cada brasileiro como cidadão capaz de transformar a sociedade, a Fundação Itaú foi criada em 2019. A instituição dedica programas, ações e articulação com diferentes setores da sociedade para atender às urgências do Brasil contemporâneo e gera conhecimento por meio de pesquisas, dados e evidências. Estruturada em três pilares – Itaú Cultural, Itaú Educação e Trabalho e Itaú Social –, a Fundação garante a continuidade do trabalho desenvolvido ao longo de
décadas nos campos da educação e da cultura, a expansão desse legado e uma governança ainda mais robusta – sem perder a legitimidade e a autonomia que sempre marcaram suas iniciativas. Saiba mais em https://www.fundacaoitau.org.br/.