Notícia: Formação de professores: como unir teoria ao chão de escola?

Formação de professores: como unir teoria ao chão de escola?

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Sem professor ou professora, não há educação. Sua relevância para a sociedade é indiscutível. Um(a) bom(boa) educador(a) tem papel fundamental na vida do aluno. No entanto, para que haja avanços consistentes na qualidade da educação pública do Brasil, precisamos debater e refletir sobre a formação de professores.

Imagem do interior de uma sala de aula. Quem bateu a foto está ao fundo da sala, pois a imagem mostra as crianças de costas, sentadas em suas cadeiras enquanto a professora está à frente escrevendo no quadro

Falta de apoio e formação adequada

A maioria dos educadores acredita que a formação prática da docência deixa a desejar. Somente 19% dos professores concordam que os atuais cursos de pedagogia e licenciaturas estão preparando bem os professores para o início da profissão

O dado consta na pesquisa de opinião realizada pela ONG Todos pela Educação, Itaú Social, Instituto Península e Profissão Docente. A pesquisa ouviu mais de 6,7 mil educadores de escolas públicas de todo Brasil.

Leia a pesquisa aqui

Ainda segundo o levantamento, 56% dos professores afirmam que não receberam orientação específica em seu primeiro ano de docência. Período em que o acompanhamento é imprescindível.

Fundo branco com texto sobre formação de professores.
Resultado da Pesquisa de Opinião realizada pelo Todos pela Educação, Itaú Social, Instituto Península e Profissão Docente.

Além disso, 84% dos professores concordam que cursos presenciais formam profissionais mais bem preparados para a docência. Dado curioso já que, na prática, cerca de 6 em cada 10 professores fazem graduação a distância.

Outra queixa muito comum sobre a formação de professores é que ela precisa estar mais associada à prática, ao chão de escola. 

Marcia Baldini, Dirigente Municipal de Educação de Cascavel (PR) e presidente da Undime Paraná, acredita que é necessário repensar a formação acadêmica: “As universidades precisam estar mais próximas das redes municipais e os educadores devem ter formação continuada. Eles têm que aprender o que fazer, como fazer e de que forma fazer”.

“Apagão” de professores em 2040

Daqui a menos de 20 anos pode faltar 235 mil professores na educação básica, de acordo com estudo do Instituto Semesp. O dado revela a urgência em aumentar o ritmo de formação de docentes e atrair mais jovens para a carreira de licenciatura. 

Formação de professores prática e gratuita

Para refletir sobre a importância da formação de professores, o Canal Futura conversou com Luís Paulo Martins, diretor da Faculdade Sesi de Educação. 

Canal Futura: Uma das principais críticas em relação à formação de professores no Brasil é o distanciamento entre o que é aprendido na universidade e o que é vivenciado no chão de escola. Qual a sua análise sobre isso?

Luís Paulo Martins: Historicamente, a universidade brasileira ocupa um lugar mais filosófico e abstrato de conhecimento, há uma dificuldade em entender a necessidade do dia a dia da profissão. Isso existe em várias áreas, não só em licenciatura. As universidades, em geral, precisam repensar não só os cursos, mas a formação que estão dando aos universitários.

No caso da formação de professores, além do conhecimento técnico do conteúdo, é necessário ter um conhecimento pedagógico. Para entender como ensinar esses conhecimentos, é preciso ter essa associação com a prática.

Canal Futura: E como acontece essa associação entre teoria e prática na Faculdade Sesi?

Luís Paulo Martins: Desde o 1º semestre, os alunos do curso de licenciatura têm 10 horas semanais de experiências práticas na escola. Além dessas horas, eles se encontram com o orientador e refletem sobre essa vivência na sala de aula: como a prática impacta na aprendizagem dos alunos e se está relacionada às necessidades dos estudantes.

A gente espera que quando os alunos terminarem a faculdade, não reproduzam práticas que vivenciaram, seja durante a graduação ou enquanto alunos da educação básica. O que queremos é que eles possam ser professores com as suas próprias identidades e repertórios, relacionando às necessidades dos estudantes.

Canal Futura: Uma pesquisa do Todos pela Educação mostra que 6 em cada 10 professores formados em 2020 fizeram graduação EaD. Curiosamente, em outro levantamento mostra que a maioria considera que os cursos presenciais têm uma formação melhor. Qual a sua opinião sobre os cursos de licenciatura a distância?

Luís Paulo Martins: EaD tem a sua potencialidade quando pensamos num país como o Brasil com dimensões continentais. Temos a oportunidades de ter mais professores que possam atender em diversos cantos do país.

Com EaD é possível universalizar mais tecnologias e inovações. No entanto, por atender um volume muito grande de alunos, se perde a possibilidade de discutir a prática e os conhecimentos trazidos da sala de aula. Afinal, como um professor que tem 200, 300 alunos por turma vai conseguir discutir pontualmente as ações que eles vivenciaram na escola? A forma como o EaD foi construído no Brasil deixa de oportunizar a formação reflexiva dos professores.

Aspas

A forma como a EaD foi construída no Brasil deixa de oportunizar a formação reflexiva aos professores.


Aspas

Além disso, no Brasil não fomos estimulados a estudar sozinhos na formação básica. Assim, o próprio aluno acaba pensando numa formação mais rápida e perdemos a qualidade até pela forma como o estudante se relaciona como EaD.

Canal Futura: Você comentou que o Brasil carece de professores. Quais seriam as causas desse déficit?

Luís Paulo Martins: Temos cada vez menos jovens interessados em ser professores. Os que se interessam têm uma tendência a abandonar os cursos e grande parte dos que concluem não vão para escola.

Nos últimos 10 anos, 10% a menos de pessoas procuraram os cursos de licenciatura. Dentre os que entram no curso, cerca de 40-50%, em média, acabam abandonando. E, dentre os que concluem o curso, ⅔ não vão trabalhar na escola.

Ao longo dos anos, os salários dos professores não foram ajustados e a profissão se tornou desvalorizada não só financeiramente, mas culturalmente também. Precisamos construir um conceito brasileiro de que ser professor é uma profissão, que precisa ser valorizada.

Faculdade Sesi de Educação

Imagem horizontal, com fundo predominantemente alaranjado, com menção ao vestibular 2024 da Faculdade Sesi de Educação.

Foi justamente pensando em preencher essas lacunas na formação de professores que surgiu a Faculdade Sesi de Educação.

Diferentes da maioria dos cursos de licenciatura, a Faculdade Sesi Educação se destaca por alguns fatores:

●    graduação presencial e 100% gratuita, inclusive, o vestibular
●    4 licenciaturas por área de conhecimento
●    residência educacional em toda formação
●    bolsa permanência

A faculdade oferece uma bolsa-permanência mensal de um salário mínimo durante toda graduação. A bolsa é uma forma de apoiar os alunos que atendem aos requisitos do programa para que eles se dediquem integralmente à faculdade.

As inscrições do Vestibular 2024 estão abertas até 5 de novembro de 2023, sem cobrança de taxa. Acesse o site e saiba mais sobre o curso.

São 160 vagas para os cursos de Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Matemática. 

Inscreva-se na faculdade Sesi de Educação!

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