"Paraty, mar de golfinhos e baleias"
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Exposição é fruto de parceria entre o Laboratório Maqua-UERJ com a Casa da Cultura de Paraty
A cidade de Paraty, situada no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, é bastante conhecida por suas construções da época colonial, montanhas cobertas pela Mata Atlântica e belíssimas praias. Milhares de mamíferos aquáticos são encontrados no mar que banha a cidade, o primeiro sítio misto do Brasil na lista do Patrimônio Mundial Reconhecido pela Unesco. Reconhecido pelos estudos sobre a vida marinha na região, o Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da UERJ (Maqua-UERJ) comemora seus 30 anos em uma parceria com a Casa da Cultura de Paraty.
A exposição "Paraty, mar de golfinhos e baleias" tem início no dia 3 de junho, seguindo até fevereiro de 2023. O evento acontece no primeiro ano da Década do Oceano, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para mobilizar a população global em ações que favoreçam a saúde e a sustentabilidade dos mares.
Cristina Maseda, diretora da Casa da Cultura de Paraty, entende que a exposição é uma grande oportunidade para compreendermos melhor o mar de Paraty: "É um grande orgulho, já que é a primeira exposição que a Casa da Cultura faz sobre sua rica biodiversidade. Estamos também preparando um amplo e extenso programa educativo, com visitas mediadas para os alunos da Rede Escolar de Paraty, que conta com cerca de 10 mil estudantes".

A mostra vai reunir mais de 50 registros dos animais em fotos e vídeos captados durante as incursões dos pesquisadores ao mar e por meio do uso de drones. Foram registradas diversas imagens de botos-cinza, a espécie mais numerosa na região, golfinhos-de-dentes-rugosos, pintados-do-Atlântico e golfinhos-comuns.
Vale destacar as toninhas: um tipo de golfinho ameaçado de extinção e mais difícil de ser acompanhado e estudado, por ser raro e ter comportamento mais tímido. O Maqua conseguiu imagens do animal, com o apoio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), incluindo o resgate de um filhote. Orcas, que são da família dos golfinhos, também já foram vistas por lá. Entre as baleias, a Bryde é presença constante nos mares paratienses.

O oceanógrafo José Lailson Brito Junior, um dos coordenadores do Maqua-Uerj, detalha como tem sido o trabalho de pesquisa e registro das atividades dos mamíferos marinhos em Paraty: "Diversas espécies de cetáceos buscam esta região para alimentação e reprodução. Já encontramos grupos de até 400 botos-cinza. Mais recentemente, descobrimos as toninhas. Havia registros de encalhe, mas não sabíamos da existência de uma população residente. O drone foi um equipamento que ajudou muito a conseguir imagens delas - uma preciosidade, por se tratar de um animal em risco de extinção".

Além de contemplar fotos e vídeos, a exposição traz réplicas, partes de esqueleto e vai proporcionar uma experiência interativa e imersiva, com sons de alguns desses animais e projeções mostrando os animais "em ação" - mergulhando e nadando.
Para mais informações sobre a exposição "Paraty, mar de golfinhos e baleias", clique aqui.